O Museu Nacional Soares dos Reis e a Associação Quarteirão Criativo, firmando uma parceria estratégica, criam um projeto inédito – o Afinidades – um ciclo de cinco edições, com temáticas anuais, compostas por exposições, workshops e conversas que exploram momentos de sintonia, empatia e semelhança entre a cultura da comunidade criativa do quarteirão Bombarda e a história e acervo do Museu Nacional Soares dos Reis.
O objetivo é ativar a comunidade local, aproximando-a da identidade e quotidiano do Museu, bem como potenciar a abertura do mesmo ao diálogo interdisciplinar e à facilitação da inovação de novos discursos artísticos presentes no quarteirão criativo da cidade do Porto.
Desta simbiose é expectável também afirmar circuitos artísticos emergentes no quarteirão e facilitar a fluência de audiências e visitantes.
afinidades na joalharia contemporânea
O Quarteirão Bombarda tem-se afirmado como um circuito de joalharia único na cidade, com galerias, ateliers e lojas com uma grande dinâmica neste setor.
Por este motivo, a edição de 2024 é dedicada a esta expressão artística.
A comunidade artística de Bombarda foi, assim, chamada a desenvolver propostas criativas e inovadoras de joalharia contemporânea em estreita relação com as obras selecionadas do acervo do Museu Nacional Soares dos Reis.
Esta chamada aberta envolveu não só joalheiros, mas também artistas de diferentes áreas disciplinares.
O resultado destas participações será apresentado a 6 de Julho de 2024, numa exposição temporária que demonstrará as “afinidades” entre as obras selecionadas no Museu e as novas criações dos diversos artistas, de entre os quais será eleito um, que será convidado pelo Museu a integrar a sua loja.
Para este efeito, até dia 28 de Setembro, os visitantes da exposição são convidados a votar na sua peça favorita.
exposição
participantes
contexto
“Neste contexto, a joia é assumida como objeto identitário, transversal na história da humanidade, que assume tempos e acontecimentos de mudança. Sempre presente entre o passado na projeção de futuro – disponível à informação de cada um de nós.
Do ver ao sentir, ao viver entre emoções e sentimentos, manifesta-se pela singularidade transformadora, o questionamento, pensamento e ação.
Livre de preconceitos, acompanha a dimensão do tempo, das necessidades e afirmações. Distingue-se por si própria, na interação do limite do corpo ou extensão do mesmo, e/ou pelo contexto em que se apresenta.
Resulta de um processo íntimo de quem através dela quer expressar a sua originalidade, pela diversidade de interpretações, quando a intenção poderá ser só uma, do ponto de vista do artista.”
Inês Nunes, Curadora – Afinidades na Joalharia Contemporânea
Artista e docente.
Licenciada em Ciências Psicológicas - Ispa. Completou o Curso de Joalharia, o Curso Avançado de Artes Plásticas - Ar.Co, no qual foi aluna, bolseira e docente no Departamento de Joalharia.
Curso de Formação Artística de Desenho - SNBA.
Estudou Arte e Design Têxtil - Escola Artística António Arroio onde é docente no Curso de Produção Artística, Projeto e Tecnologias - Especialização de Ourivesaria.
A nível nacional e internacional, desenvolve o seu trabalho artístico nas áreas da Arte, do Design, da Psicologia da Arte e da Moda.
Participa e colabora em inúmeros projetos - Pratica e aprofunda a sua expressividade no âmbito da Joalharia Contemporânea, explorando-a enquanto área multidisciplinar no desenvolvimento artístico da relação: corpo, objeto e espaço.
O seu trabalho está representado em exposições, livros, revistas, plataformas e nas coleções do MUDE, do Ar.Co e de colecionadores particulares.
temática
Para este ciclo foi selecionada uma série de três obras da autoria do artista António Soares dos Reis, patentes no Museu, que servem de ponto de partida e inspiração para a criação de novas peças de joalharia contemporânea.
Autor: António Soares dos Reis
Local de Execução: Portugal, Porto
Datação: 1867 d.C.
Matéria: Gesso
Técnica: Moldagem
Dimensões (cm): altura: 62; largura: 60; profundidade: 25;
Descrição: Representação em meio-corpo de um jovem com o tronco despido, olhos de íris pouco definida e nariz afilado, cabelo curto e ondulado e bigode. O modelo é retratado com a cabeça em acentuada torção para a sua direita.
Incorporação: Outro - Fundo Antigo do Museu, proveniente da Escola de Belas Artes do Porto.
Origem / Historial: Trata-se de uma prova de concurso para pensionista no estrangeiro, realizada por Soares dos Reis em 1867 na Academia Portuense de Belas Artes. Posteriormente o "Busto de Firmino" foi inventariado no Museu Nacional de Soares dos Reis (reorganizado pelo Dec. n.º 21 504, de 25 de julho de 1932).
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Museu: Museu Nacional Soares dos Reis
N.º de Inventário: 19 Esc MNSR
Supercategoria: Arte
Categoria: Escultura
materiais: Grafite, carvão e esfuminho sobre papel
ref.: 634 Pin. MNSR
materiais: Tinta da china sobre papel
ref.: 1535 Pin. MNSR
sobre Firmino
“Ao longo da carreira, Soares dos Reis recorreu ao desenho como método de estudo e na preparação das suas obras. (…)
Em 1867, apresentou-se a concurso para uma bolsa no estrangeiro, na Academia Portuense de Belas Artes, com a obra Busto de Firmino. António Firmino dos Santos Almeida era estudante de Escultura, tendo sido também porteiro do Museu Portuense e modelo na Aula do Nu.
Imortalizado pela mão do escultor António Soares dos Reis, António Augusto Firmino dos Santos Almeida nasceu a 22 julho 1842, filho de José Ribeiro e Maria Augusta dos Santos Almeida, na freguesia da Vitória, Porto.
Ingressou na Academia Portuense de Belas Artes em 1865, aos 23 anos. Dois anos mais tarde, serviu de modelo a António Soares dos Reis, seu colega na Academia, para a realização do “Busto de Firmino” com que Soares dos Reis se apresentou ao concurso de Pensionista do Estado.”
Fonte: “Firmino: De estudante a guarda da Academia Portuense de Belas Artes”, Museu Nacional Soares dos Reis
organização, apoios e parceiros
O projeto é desenvolvido pelo Museu Nacional Soares dos Reis em parceria com a Associação Quarteirão Criativo, contando com o apoio mecenático do Super Bock Group, bem como o apoio do Círculo Dr. José de Figueiredo – Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis.