
O Museu Nacional Soares dos Reis e a Associação Quarteirão Criativo, firmando uma parceria estratégica, criam um projeto inédito – o Afinidades – um ciclo de cinco edições, com temáticas anuais, compostas por exposições, workshops e conversas que exploram momentos de sintonia, empatia e semelhança entre a cultura da comunidade criativa do quarteirão Bombarda e a história e acervo do Museu Nacional Soares dos Reis.
O objetivo é ativar a comunidade local, aproximando-a da identidade e quotidiano do Museu, bem como potenciar a abertura do mesmo ao diálogo interdisciplinar e à facilitação da inovação de novos discursos artísticos presentes no quarteirão criativo da cidade do Porto.
Desta simbiose é expectável também afirmar circuitos artísticos emergentes no quarteirão e facilitar a fluência de audiências e visitantes.
afinidades na joalharia contemporânea

O Quarteirão Bombarda tem-se afirmado como um circuito de joalharia único na cidade, com galerias, ateliers e lojas com uma grande dinâmica neste setor.
Estão representados em Bombarda mais de 80 autores e marcas de joalharia, a que se somam presenças de importantes nomes internacionais.
Por este motivo, a edição de 2024 é dedicada a esta expressão artística.
chamada aberta
open call
A comunidade artística de Bombarda é, assim, chamada a desenvolver propostas criativas e inovadoras de joalharia contemporânea em estreita relação com as obras selecionadas do acervo do Museu Nacional Soares dos Reis.
Esta chamada aberta convida não só joalheiros, mas também artistas de diferentes áreas disciplinares, pretendendo atrair uma diversidade de estilos, técnicas e materiais que espelhem a riqueza da interpretação artística sediada no quarteirão Bombarda.
O resultado destas participações será apresentado a 6 de Julho de 2024, numa exposição temporária que demonstrará as “afinidades” entre as obras selecionadas no Museu e as novas criações dos diversos artistas, de entre os quais será eleito um, que será convidado pelo Museu a integrar a sua loja.

contexto
“Neste contexto, a joia é assumida como objeto identitário, transversal na história da humanidade, que assume tempos e acontecimentos de mudança. Sempre presente entre o passado na projeção de futuro – disponível à informação de cada um de nós.
Do ver ao sentir, ao viver entre emoções e sentimentos, manifesta-se pela singularidade transformadora, o questionamento, pensamento e ação.
Livre de preconceitos, acompanha a dimensão do tempo, das necessidades e afirmações. Distingue-se por si própria, na interação do limite do corpo ou extensão do mesmo, e/ou pelo contexto em que se apresenta.
Resulta de um processo íntimo de quem através dela quer expressar a sua originalidade, pela diversidade de interpretações, quando a intenção poderá ser só uma, do ponto de vista do artista.”
Inês Nunes, Curadora – Afinidades na Joalharia Contemporânea

Artista e docente.
Licenciada em Ciências Psicológicas - Ispa. Completou o Curso de Joalharia, o Curso Avançado de Artes Plásticas - Ar.Co, no qual foi aluna, bolseira e docente no Departamento de Joalharia.
Curso de Formação Artística de Desenho - SNBA.
Estudou Arte e Design Têxtil - Escola Artística António Arroio onde é docente no Curso de Produção Artística, Projeto e Tecnologias - Especialização de Ourivesaria.
A nível nacional e internacional, desenvolve o seu trabalho artístico nas áreas da Arte, do Design, da Psicologia da Arte e da Moda.
Participa e colabora em inúmeros projetos - Pratica e aprofunda a sua expressividade no âmbito da Joalharia Contemporânea, explorando-a enquanto área multidisciplinar no desenvolvimento artístico da relação: corpo, objeto e espaço.
O seu trabalho está representado em exposições, livros, revistas, plataformas e nas coleções do MUDE, do Ar.Co e de colecionadores particulares.
temática
Para este ciclo foi selecionada uma série de três obras da autoria do artista António Soares dos Reis, patentes no Museu, que servem de ponto de partida e inspiração para a criação de novas peças de joalharia contemporânea.

Autor: António Soares dos Reis
Local de Execução: Portugal, Porto
Datação: 1867 d.C.
Matéria: Gesso
Técnica: Moldagem
Dimensões (cm): altura: 62; largura: 60; profundidade: 25;
Descrição: Representação em meio-corpo de um jovem com o tronco despido, olhos de íris pouco definida e nariz afilado, cabelo curto e ondulado e bigode. O modelo é retratado com a cabeça em acentuada torção para a sua direita.
Incorporação: Outro - Fundo Antigo do Museu, proveniente da Escola de Belas Artes do Porto.
Origem / Historial: Trata-se de uma prova de concurso para pensionista no estrangeiro, realizada por Soares dos Reis em 1867 na Academia Portuense de Belas Artes. Posteriormente o "Busto de Firmino" foi inventariado no Museu Nacional de Soares dos Reis (reorganizado pelo Dec. n.º 21 504, de 25 de julho de 1932).
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Museu: Museu Nacional Soares dos Reis
N.º de Inventário: 19 Esc MNSR
Supercategoria: Arte
Categoria: Escultura

materiais: Grafite, carvão e esfuminho sobre papel
ref.: 634 Pin. MNSR

materiais: Tinta da china sobre papel
ref.: 1535 Pin. MNSR
sobre Firmino
“Ao longo da carreira, Soares dos Reis recorreu ao desenho como método de estudo e na preparação das suas obras. (…)
Em 1867, apresentou-se a concurso para uma bolsa no estrangeiro, na Academia Portuense de Belas Artes, com a obra Busto de Firmino. António Firmino dos Santos Almeida era estudante de Escultura, tendo sido também porteiro do Museu Portuense e modelo na Aula do Nu.
Imortalizado pela mão do escultor António Soares dos Reis, António Augusto Firmino dos Santos Almeida nasceu a 22 julho 1842, filho de José Ribeiro e Maria Augusta dos Santos Almeida, na freguesia da Vitória, Porto.
Ingressou na Academia Portuense de Belas Artes em 1865, aos 23 anos. Dois anos mais tarde, serviu de modelo a António Soares dos Reis, seu colega na Academia, para a realização do “Busto de Firmino” com que Soares dos Reis se apresentou ao concurso de Pensionista do Estado.”
Fonte: “Firmino: De estudante a guarda da Academia Portuense de Belas Artes”, Museu Nacional Soares dos Reis
Para melhor conhecer as obras de Soares dos Reis e a história de Firmino, aconselha-se a visita presencial ao Museu Nacional Soares dos Reis, aberto de Terça a Domingo, das 10:00 às 18:00, na Rua D. Manuel II, 44, 4050-342, Porto.
Para encontrar as obras supracitadas, basta pedir informações na recepção do MNSR, procurando a ala dedicada ao “Estudo do Modelo Nu” ou pelas obras de Soares dos Reis sobre Firmino.
processo de candidatura
Fase 1 – Submissão de Manifestação de interesse – verificação de elegibilidade
A fase 1 consiste numa Manifestação de interesse / pré-inscrição, submetida via Formulário para verificação dos critérios de elegibilidade.
Serão aceites as pré-inscrições desde 26 de abril até 20 de maio 30 de maio de 2024.
Nesta Fase a triagem será feita pela Associação Quarteirão Criativo, com base na verificação dos critérios de elegibilidade, que responderá a cada pré-inscrição até dia 31 de maio.
As pré-candidaturas aceites poderão submeter a candidatura completa e entregar a peça até dia 11 de Junho.
Fase 2 – Candidatura à exposição no MNSR
A fase 2 consiste na submissão de candidatura completa através de Formulário (brevemente disponível), onde serão pedidas as seguintes informações:
- Nome, morada e contactos do candidato;
- Breve biografia do candidato (máximo de 500 caracteres, em PT e ENG)
- Título do Objeto Artístico
- Texto (contextualização da intenção do seu trabalho (máximo de 2200 caracteres em em PT e em ENG);
- Materiais (em PT e ENG);
- Dimensões da peça (em mm);
- Duas fotografias a cores, com resolução para impressão e digital (300 dpi, formato jpeg): 1) Fotografia só do objeto em fundo branco liso; e 2) Fotografia do objeto no corpo;
- Referência aos créditos fotográficos.
Serão aceites candidaturas via formulário, e a entrega de peças, desde a data de resposta de admissão na Pré-inscrição, até 11 de junho 18 de junho de 2024.
Nesta fase a seleção das peças a expor será realizada pela Curadora Inês Nunes.
As peças selecionadas farão parte da exposição na Sala das Pedras do MNSR.
Fase 3 – Eleição de Peça vencedora
A fase 3 consiste num período de votação por parte do público e do Júri, desde a inauguração da exposição a 6 de julho, até ao dia 28 de setembro de 2024.
Dia 16 de novembro de 2024 será revelada a peça vencedora.
Nesta Fase, o Júri fará a sua avaliação com base nos critérios definidos no artigo 9º do Regulamento do Concurso:
- Conceito / pertinência do tema;
- Valor artístico;
- Abordagem contemporânea ao material, experimentação, exploração e execução;
- Identidade;
- Originalidade / Idiossincrasia.
O autor da peça vencedora terá a oportunidade de expor a peça vencedora e/ou produzir uma série de peças para ficar representada / à venda na loja do MNSR, em condições a acordar com a própria instituição.
Membros Efetivos do Júri
- Carla Castiajo (Artista – Joalheira)
- Estefânia Almeida (Artista e Joalheira Contemporânea)
- Inês Nunes (Curadora do Afinidades 2024)
- Marina Costa (Associação Quarteirão Criativo)
- Susana Medina (Museu Nacional Soares dos Reis)
Membros Suplentes do Júri
- Hugo Cahill (Criador de Joalharia)
- Teresa Dantas (Artista – Joalheira)
informações essenciais
Podem candidatar-se:
- joalheiros ou artistas de qualquer área de expressão, de qualquer nacionalidade, desde que com atual e confirmada presença no Quarteirão Bombarda*.
- São admitidas candidaturas de pessoas com peças à venda em galerias, lojas ou ateliers, bem como residentes no Quarteirão, que se proponham a criar um objeto artístico de joalharia contemporânea inédito para a exposição a concurso.
DELIMITAÇÃO GEOGRÁFICA DO QUARTEIRÃO: Rua de Adolfo Casais Monteiro, Rua da Boa Nova, Rua do Breiner, Rua D. Manuel II, Rua da Maternidade, Largo da Maternidade, Rua de Miguel Bombarda e Rua do Rosário.
Requisitos Gerais
- será apenas aceite um único objeto artístico a concurso – criado no contexto desta chamada – por cada pessoa candidata;
- o objeto artístico deverá cumprir as medidas máximas de exposição de 300 x 300 x 300 mm;
- a peça entregue deverá ser cedida pelo período de exposição que decorre entre 6 de julho a 16 de novembro de 2024, não podendo, portanto, ser vendida, reservada ou recolhida pelo autor durante esse período;
- o Programa / Regulamento do concurso, disponível aqui, deverá ser integralmente lido e aceite antes da participação.
Logística de entrega e recolha de peças
- Os candidatos representados por galerias ou lojas sediadas no Quarteirão deverão entregar ou enviar as peças para essas moradas (estabelecimentos nos quais os autores estão representados com as suas peças) até dia 18 de junho. A Quarteirão Criativo encarrega-se de recolher junto desses estabelecimentos as peças neles reunidas.
- Os candidatos com residência ou ateliers fechados ao público deverão entregar ou enviar as peças para a sede da Quarteirão Criativo (Rua do Rosário, 211, 4050-524 Porto)
Reconhecimento dos Candidatos e Premiação do Autor e Peça Vencedora do Concurso
- As peças selecionadas para exposição estarão em exibição na Sala das Pedras, no Museu Nacional Soares dos Reis, entre 6 de julho e 16 de novembro.
- Todas as peças selecionadas para exposição farão parte de um catálogo (publicação híbrida – física / online) co-produzida pela Associação Quarteirão Criativo e pelo Museu Nacional Soares dos Reis.
- Será criado um circuito de pontos de venda de joalharia no quarteirão e organizadas visitas guiadas a esses pontos de interesse durante o ano de 2024.
- O autor da peça vencedora (resultado da votação do público e júri) será anunciado na Finissage da Exposição, no dia 16 de novembro de 2024 e receberá um reconhecimento simbólico da sua realização.
- O autor da peça vencedora (resultado da votação do público e júri) terá a oportunidade de expor a peça vencedora e/ou produzir uma série de peças para ficar representada / à venda na loja do MNSR, em condições a acordar com a própria instituição.
datas importantes
até 30 maio
até 18 junho
6 julho
16 novembro
organização, apoios e parceiros
O projeto é desenvolvido pelo Museu Nacional Soares dos Reis em parceria com a Associação Quarteirão Criativo, contando com o apoio mecenático do Super Bock Group, bem como o apoio do Círculo Dr. José de Figueiredo – Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis.
